Testemunho: "Eu mesma achava que estava totalmente louca, imaginem, além de tudo ouvia e sentia

Passaremos a divulgar neste blog Testemunhos e casos de Libertação que acompanhamos neste dez anos de Ministério. Esperamos que possa servir de crescimento espiritual para vida de muitos católicos que acabam caindo em armadilhas e convites que chegam a todo instante em nossa vida.

Não há mal que Deus não possa reparar. Ele é maior que todas as coisas, por isso começo o meu testemunho, na esperança de que este possa verdadeiramente tocar o maior número de pessoas fortalecendo nossa fé em Deus, em nome de Jesus Cristo.

Começarei em 1986, nessa época estava trabalhando de recepcionista em uma siderúrgica. Nesse local sentia muita inveja das colegas de serviço, pois me destacava entre elas. Estava sempre recebendo elogios de todos os visitantes e funcionários, o que de certa forma não agradava a todos. Comecei a chegar em casa passando mal, sentia muitas dores de ouvido e não conseguia descansar meu físico daquele ambiente de trabalho. Já não queria permanecer naquele local e resolvi pedir para ser dispensada. Era meu primeiro emprego. Também namorava um rapaz, era muito apaixonada e nem sonhava que tudo acabaria de forma tão dolorosa. Ele me traiu com minha então, melhor amiga. Imagine só, foi um baque. Nesses momentos perde-se o chão, e eu literalmente mergulhei em um mar de escuridão, sofrimento e revolta. Mesmo sendo católica, com todos os valores cristãos repassados por meus pais, freqüentava as missas mais por imposição que por disposição. Diante de tanto sofrimento, me entreguei totalmente ao ocultismo. Comecei a buscar cartomantes, benzedeiras, tarô, búzios, astrologia. Tudo servia para tentar trazer de volta o namorado que me deixara. A nossa cultura do sincretismo religioso sempre contribuiu para tanto. Usando de artifícios que não me satisfizeram o ego, fui totalmente envolta pelas trevas, uma presa facilmente laçada. De fato não me preveni, e quando me dei conta, minha casa estava totalmente arrombada pelo inimigo. Caí na mais profunda depressão. Envolvida pelas garras do maligno. Caí na mais profunda depressão. Em cima de minha cama, noite e dia sem parar, chorando, gritando, sem me alimentar, tomar banho, a pedir cachaça (não podia ter nada em casa que contivesse álcool) e farofa. Mandava minha mãe se vestir de baiana e dançar enquanto eu batia na beirada da cama imitando tambor. Também desenhava e escrevia frases e símbolos estranhos pelas paredes do meu quarto. Cheguei a me caracterizar até de pomba gira e tomar o que achasse de álcool. Desafiava as pessoas que queriam me ajudar falando da vida pessoal delas. Sempre fazia de tudo para não receber orações. Tudo e mais um pouco de aterrorizante que uma pessoa poderia viver, creiam, eu passei. Além de sofrer muito, fazia minha família sofrer ainda mais. Desesperados, buscaram apoio de um padre exorcista que tinha na época, mas infelizmente o mal persistiu. Sem saber mais como proceder, recorreram de psiquiatra a centro de umbanda. Ás vezes fugia de casa e vagava sem rumo pelas ruas, sumia, era simplesmente levada. Ouvia sempre uma voz que me pedia para me jogar embaixo de algum caminhão. Aliás, o suicídio sempre me rondava, essa voz era muito real e dizia sempre que eu pertencia a ele. (digo ele pois era uma voz nitidamente masculina). Eu mesma achava que estava totalmente louca, imaginem, além de tudo ouvia e sentia a presença desse ser diabólico. Um dia tudo passou.

Pouco tempo depois, tentava refazer minha vida, seguir buscando minhas metas e ser feliz. Nesse momento, minha vizinha, espírita kardecista, me apresentou a essa doutrina. Ao invés de buscar a Deus, corri para os braços do diabo, foram mais ou menos vinte e sete anos de total envolvimento com o ocultismo. Como não tinha fundamentos sólidos dentro do catolicismo, me encantei com a proposta da reencarnação. Maravilhada, o inimigo me colocou uma venda nos olhos e a partir de então me tornava uma espírita praticante. Troquei de religião como quem troca de roupa. Comprei o livro dos espíritos, achei normal, falava dos evangelhos de Jesus, da caridade. O que de errado poderia haver ali? Outra coisa que descobri é que era uma médium, tinha o dom de me comunicar com os espíritos. Para isso deveria estudar, trabalhar e desenvolver minha mediunidade. Precisava urgentemente passar por atendimento para me libertar dos espíritos que estavam me atacando, e logo estaria forte o suficiente para saber me defender. Muito curiosa, queria aprender tudo rapidamente. Não demorou muito já estava trabalhando no centro espírita, dava passes, palestrava, era da equipe de apoio nas reuniões de desobseção e ainda ajudava no pronto socorro de atendimento as pessoas. Gostava de me colocar a serviço do irmão, precisava me imunizar contra os ataques dos espíritos trevosos. Quanta ignorância Senhor!

O tempo passando, e infelizmente minhas quedas se repetiram algumas vezes mais. Sempre ligadas ao rompimento de uma relação. O inimigo conhecia meu ponto fraco, meus sonhos, e sempre colocou muitos homens em minha vida. Ele achava que mais dia, menos dia, conseguiria me levar para perto dele, esse era seu projeto a meu respeito. Ao contrário do que pensava o espiritismo não me deixou imune ao demônio, ao contrário me expôs mais à sua ação. Ao todo foram seis crises a todas elas. Quando damos asas ao demônio, ele nos leva longe, para muito longe de Deus e o Espírito Santo não pode agir em nós.

Cansada de tantas quedas, já totalmente sem rumo, entregue ao sofrimento, a desconfiança e acusação das pessoas mais queridas, me sentia cada vez mais sozinha. Várias vezes minha família pensou em me internar, pois passaram a acreditar que eu era maluca. Carregava muitas culpas e vergonha. Perdi meu direito de decidir. A palavra namoro, namorar, já trazia todo o histórico negativo que apavorava a mim e a todos. A vida afetiva que sempre sonhei em acertar e ser feliz, nunca aconteceu e a vida financeira andava na mesma proporção. Tive todas as chances nesta vida de me realizar, sempre escutei: você é uma mulher tão bonita, inteligente, capaz, pode conseguir tudo. Quanto mais ouvia tais comentários, mais raiva tinha de mim mesma. Parecia uma maldição, tudo que eu tocava acabava estragando, dando errado.

Era o ano de 2007. Agora era hora de Deus agir, e Ele agiu. Colocou um anjo em minha vida, que me falou da RENOVAÇÃO CARISMÁTICA CATÓLICA. Procure ajuda lá, em Deus você vai encontrar paz. Tenho uma característica, se estou precisando não tenho vergonha de pedir. Tinha acabado de passar pela quinta queda, e queria muito parar de sofrer, me curar. Fiz tudo que esse anjo me falou. Passei por tratamentos de cura e libertação, confissão, voltei a receber Jesus Eucarístico, missas, grupos de oração. Batismo no Espírito, kerigma, oficina de oração, minha vida passou a ser uma maratona de Cristo. Na verdade estava no primeiro amor. Como é linda a volta à casa do Pai! Nada se compara a este amor misericordioso! Cada dia aprendendo mais e mais, vivenciando experiências diferentes dentro da igreja, achei que nunca mais passaria por um ataque espiritual. Outra lição, nunca o inimigo deixa de nos rondar, o leão sempre está pronto a nos devorar. E pela sexta vez, caí. Acabei um relacionamento e para não perder o costume, depressão. Meu Deus, até quando? Tudo se repetindo, com todos os detalhes mais apavorantes, e sempre aquela voz “eu não vou te deixar, você é minha.” Passei uma corda pelo pescoço, a mão de Deus me segurou. Remédios, oração, terapia, depois de meses reagi.

Finalmente aqui estou, sempre em busca de crescimento. Não parei, nem me afastei de Deus, mesmo em meio a meu orgulho, misturado à revolta. Como Deus permitiu que sofresse tanto de novo? Continuei na estrada, pé no chão, esperando Nele. Mais forte, senti que ainda precisava me libertar dessa presença espiritual que me acompanhava há anos. Esse era de fato meu maior desejo, desde meu reencontro com Cristo. No dia 25 de Abril de 2014. na Festa da Misericórdia, Jesus falou comigo através de um palestrante, disse que Ele estava fechando um círculo vicioso em minha vida e que iria me restituir tudo o que o inimigo havia roubado. Naquele instante chorei muito, um calor muito forte me envolveu. Tomei posse da graça. Deus demora mais cumpre. Na semana seguinte entrava em contato com aquela pessoa, que fazia cura interior. Eram seis atendimentos no total, agendamos e logo começamos. Apenas um detalhe, Deus sempre facilitou tudo o que seria essencial nesse processo todo de libertação. Ele traçou uma linha e obedientemente eu trilhei. Sei que isso é Amor, é o Zelo Dele comigo. Voltando, tudo ia muito bem, passei pela primeira, segunda, terceira e quarta sessões, naquela que seria a quinta, eis que dá as caras o inimigo oculto. Percebendo a gravidade da situação, o risco que ele estava correndo, ficou incomodado e começou a falar novamente comigo. Claramente me disse: “nada disso vai adiantar, você é minha e não vou te deixar.” Senti um desconforto físico e mental muito grande. Um peso misturado com uma visão embaçada, a cabeça meio que entorpecida, os ouvidos um pouco entupidos, sono, era como que ficar meio fora de meu corpo, uma sensação de embriagada. Todos esses efeitos maléficos tomavam conta de mim, todas as vezes que o inimigo estava muito perto, é muito louco explicar isso, só sentindo mesmo. Cheguei para ser atendida e disse a ela que não estava passando bem, na verdade quase não fui, mas não podia nem sonhar em me entregar. Precisava vencer aquela batalha. Na mesma hora ela ligou para você, Leandro e marcou nosso atendimento. Confesso que me senti um pouco decepcionada quando você me olhando meio desconfiado, achou que eu tinha algum desequilíbrio mental, e poderia estar inventando toda essa história. Para mim era fundamental que alguém percebesse e acreditasse em mim. Mas quando Deus começa uma obra Ele termina, numa fração de segundos a ação do Espírito Santo tirou a venda de seus olhos e você claramente percebeu a sutil presença do inimigo.

Visão do autor sobre o caso –

Com o passar dos anos acostumamos a sentir o mal presente na vida das pessoas que nos procuram. Seja através do uso dos carismas, ou até mesmo pelo questionário que cada pessoa responde no primeiro dia de atendimento.

No caso da Patrícia existia algo muito camuflado, encoberto por um quadro claro de depressão, ela se apresentava com sinais de uma pessoa sem vida, cansada, como se estivesse sem forças, totalmente esgotada. Há anos afastado do trabalho e do controle de sua própria vida.

Quando começamos a conversar com a Patrícia pensávamos que espiritualmente não teríamos nenhum avanço. Que era um quadro totalmente emocional. Mas para nossa surpresa, ao iniciarmos o processo de libertação imediatamente se apresentaram alguns sinais de que ela realmente estava passar por sérios problemas espirituais.

Ao receber as primeiras orações, uma força se colocou sobre a Patrícia, sugando todas as suas energias físicas e mentais. Ela, cujo corpo já apresentava sinais claros de esgotamento e que, com o passar do tempo, estava se cansando cada vez mais.

Percebemos também que, ao aprofundarmos o atendimento, nos momentos de oração, seus pensamentos retraíam. Era como se a Patrícia praticamente perdesse os sentidos, entrando num estado de sonolência total, e uma outra presença se apresentava em sua consciência. Presença essa bastante calma e de fala mansa que era a responsável por sugar da Patrícia toda a sua energia e impedindo que esta filha amada de Deus prosseguisse normalmente com a sua vida.

Para nossa surpresa, e também um sinal claro de que estávamos na direção correta e que deveríamos continuar com o tratamento, foi que após a primeira oração de renúncia, desapareceu da região lombar (coluna) da Patrícia um problema físico que ela já vinha tratando há anos e sofrendo muito com ele.

Neste relato apresentado, descobrimos um caso clássico de demônio fechado, que vinha agindo na vida dessa mulher de maneira fortíssima causando males terríveis; um demônio que se apoderou completamente da vida desta pessoa. A causa foram: cirurgias espirituais e envolvimento em ocultismo, aliado a grandes brechas em seu coração relacionadas a carências afetivas de família e namoros. Aqui vale ressaltar que nesse tipo de demônio a grande libertação só acontece com a adoração ao Santíssimo Sacramento. Assim indicamos a ela, quando esta, já com sinais de melhoras, se sentisse depressiva ou esgotada, que fosse adorar Jesus no Santíssimo Sacramento, sozinha. A Patrícia foi liberta da presença maligna e, após anos afastada do trabalho voltou a vida normal, para honra e glória de Nosso Senhor Jesus Cristo.

A Patrícia já esteve dando o seu testemunho em nosso grupo de oração e após o seu caso, já nos deparamos com outros casos de demônios fechados e pudemos identifica-los rapidamente pela semelhança com que eles se apresentaram.

Para nós católicos fica a lição do perigo que enfrentamos por não aprofundarmos na palavra de Deus e buscar ajuda em lugares onde não se professa o Senhorio de Jesus e a Ressurreição.